Por muito tempo na história, o poker foi uma modalidade dominada por homens, mas isso mudou. Hoje, as mulheres ganham cada vez mais destaque no esporte da mente, não só em torneios ladies, mas em eventos principais – competindo com representantes masculinos, inclusive.
Esse movimento de mulheres no poker só é possível por conta de algumas grandes jogadoras que decidiram romper os padrões do esporte há muito tempo e desafiar o cenário masculino dominante. Uma delas é Linda Johnson, conhecida como a “Primeira-Dama do Poker”, apelido dado por ninguém menos que Mike Sexton.
A representatividade de Linda no poker vai muito além das mesas, mas também inclui os bastidores do esporte da mente e até a cobertura jornalística do poker. Conheça um pouco mais da trajetória de Linda Johnson.
O início
Linda Johnson nasceu em Long Island, nos Estados Unidos, em 1953, e desde cedo mostrou aptidão para jogos. Porém, ela começou sua jornada em Las Vegas no blackjack – ou seja, contando mais com a sorte do que com a habilidade. No entanto, a pedido do pai, ela resolveu começar a jogar poker, uma trajetória que começou em meados da década de 70 e seguiu pelos anos seguintes.
Na época em que Linda ingressou no esporte profissional, ela era uma das poucas mulheres a desafiar o circuito feminino, mas começou a obter algum sucesso no início na década de 80, em torneios de ladies. A jogadora ficou em 4º lugar em um evento da WSOP, principal circuito do planeta, em 1982. Quatro anos mais tarde, ficou em 3º no mesmo evento, jogando 7 card stud.
A conquista do bracelete
Apesar de ser uma figura carimbada em torneios ladies, Linda Johnson começou a se destacar também em torneios contra homens. Em 1994, ela venceu seu primeiro torneio no Omaha Hi/Lo competindo na mesa principal.
Em 1996, durante a WSOP, entrou em um torneio de Razz e furou a bolha do principal torneio do mundo pela 3ª vez – a terceira competindo contra homens.
Um ano mais tarde, veio a consagração: também no Razz, Linda Johnson superou nomes como Peter Brownstein e Max Stern para conquistar o seu primeiro e único bracelete da World Series of Poker, além de uma premiação de US$ 96 mil.
Carreira vitoriosa
A WSOP foi o título mais importante de sua carreira, mas não foi o único: a Primeira-dama também faturou outros 15 títulos entre 2000 e 2021 – ou seja, está na atividade e competindo com força até os dias de hoje.
Aos 69 anos, ela acumula uma premiação total de carreira de US$ 434 mil, e só não integra a lista de mulheres mais bem pagas do poker pelo fato de os prêmios distribuídos nas décadas de 80 e 90 serem substancialmente menores que os atuais.
Seu título mais recente no poker foi um evento de H.O.R.S.E disputado em novembro do ano passado no Orleans Hotel & Casino, em Las Vegas, batendo outro veterano, Michael Fujimoto, no heads-up.
Outra conquista marcante da carreira de Linda Jonhson veio em 2015, quando conquistou o WPT500 Aria Ladies Survivor, um dos eventos do World Poker Tour, que teve a organização do partypoker.
Jornalismo e bastidores
Os títulos e cifras acumulados nas mesas representam apenas parte do legado de Linda Jonhson ao poker. Ela prestou grande serviço à cobertura jornalística do esporte da mente sendo editora da CardPlayer Magazine, um dos principais veículos especializados em poker dos Estados Unidos e do mundo.
Além disso, Linda Johnson foi uma das cabeças do Tournament Directors Association (TDA), sendo uma das fundadoras da associação que dita a regra de alguns dos principais torneios de poker do mundo.
Porém, uma de suas grandes contribuições ao esporte da mente é o World Poker Tour. Isso porque Linda Jonhson é uma das fundadoras da marca, além de atuar como anunciadora e representante de relações públicas do torneio que é considerado um dos grandes circuitos do poker mundial. Foi por lá que conheceu Mike Sexton e recebeu o apelido de “Primeira-Dama”.
Com tanta contribuição na história da modalidade, não é de estranhar o fato de Linda Jonhson ter seu nome eternizado no Hall da Fama do poker ao lado de tantas outras lendas. Ela foi escolhida na classe de 2011, juntamente com Barry Greenstein, se tornando apenas a segunda mulher a integrar a lista, ao lado de Barbara Enright. Porém, graças a sua grande contribuição ao poker feminino, é possível que mais mulheres passem a integrar o Hall nos próximos anos, sobretudo se seguirem os passos de sua Primeira-Dama…