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O partypoker nasceu nos Estados Unidos e tem sede hoje na ilha britânica de Gibraltar , mas, atualmente, a sala parece ter uma conexão especial e improvável com a região sul da Bahia.

É de lá, da pequena Ibirataia, que saiu nosso personagem da semana. Você provavelmente já o conhece pelo nome, Pablo Brito (Silva para imprensa internacional), ou pelo nick online Pabritz, mas aqui, pelo menos desta vez, tomamos a liberdade de chamá-lo também de Mr. partypoker.

Até fevereiro de 2020, esse baiano – hoje com 31 anos – era um jogador de sucesso, mas de perfil discreto, sem atrair tanta atenção da mídia ou dos fãs mais superficiais. Esse cenário, porém, mudou em Punta del Este, no tradicional cassino Enjoy (o antigo Conrad), quando Pablo se tornou o primeiro brasileiro a vencer um Main Event no circuito MILLIONS e conquistou 1 milhão de dólares (cerca de R$ 4.5 milhões) – a segunda maior premiação do país na história dos eventos ao vivo, atrás do mítico Alexandre Gomes, campeão do WPT Bellagio Cup, em 2009.

Fazem dois meses daquela conquista, mas parecem mais. E não apenas porque todo passado parece distante nestes dias conturbados, mas porque a fila andou rápido para Pablo; oito semanas depois, ele fez de novo. No último domingo, diante dos melhores do mundo, conquistou o Irish Poker Open – tradicional torneio ao vivo, mas excepcionalmente disputado em versão online em 2020 – e ficou com €462,100.

Do MSA Punta ao Irish Poker foi um pulo; do início no poker, ainda adolescente, ao topo nos eventos do partypoker, porém, muita água correu debaixo da ponte.

TRIO DE FERRO – PARCERIA QUE MUDOU A VIDA

Durante a celebração do MILLIONS South America, uma imagem chamou a atenção; ao lado do campeão, em todas as fotos, eram três, não apenas um, os sorrisos de orelha a orelha. Além do nosso Mr. partypoker, Cássio Kiles, à esquerda das câmeras, e Bruno Volkmann, à direita, curtiam intensamente a conquista. Os dois jogadores – ambos referência no poker nacional – são sócios de Pablo desde 2016.

Pablo Brito e torcida - Campeão Main Event - MILLIONS South America

Brito celebra título no MSA Punta, ao lado de Kiles e Volkmann

Na época, Pablo abandonou o projeto de staking chamado Vamo Duque, do qual fazia era sócio e formou com Kiles e Volkmann um pool para jogar torneios com buy-ins maiores. O intuito era aumentar o volume e reduzir a variância do jogo. Deu certo.

“Foi um dos marcos na minha carreira (…). Passamos a estudar juntos e compartilhar estratégias. Isso tudo deu muito certo para nós e começamos a ter muitos resultados nos meses/anos seguintes”, conta o jogador, que concedeu entrevista ao blog do partypoker nesta semana.

O trio forma desde então uma parceria consistente, que obteve seus resultados mais expressivos no último ano e meio em torneios do partypoker; além dos títulos de Pablo, Volkmann recebeu R$2.748.400 pelo vice-campeonato no primeiro ME do primeiro MSA, disputado no Rio de Janeiro, em 2019.

O SEGREDO ESTÁ NOS DETALHES

A união com Cássio e Bruno é marcante, mas é apenas parte de uma carreira toda orientada pelo estudo sistemático e quase obssesivo. Com formação acadêmica incompleta nos cursos de Engenharia Mecânica e Administração, Pablo é ligado às ciências exatas e muito dedicado ao estudo dos detalhes do jogo – ambas características comuns a muito dos jogadores vencedores.

Em 2010, Pablo experimentou o primeiro ‘divisor de águas’ em sua carreira, quando trancou o curso de administração para ingressar no time principal do 4Bet Poker Team, na época comandado por Caio Brites, Marcos Sketch e Will Arruda. “Estavam montando a segunda turma do projeto chamado Poker Villa, que seria em Florianópolis. Esse projeto me fez mergulhar de vez nesse mundo”, lembra o jogador.

A vocação pelo estudo fez Pablo mergulhar no universo do poker e evoluir rapidamente, criando um ciclo virtuoso que se mantém até hoje.

“Tecnicamente, sempre fui um cara que tenta estudar o micro do jogo. Nos meus estudos, tento destrinchar ranges e penso muito nos porquês de cada coisa”, conta o jogador. “É uma abordagem meio complexa, mas eu sempre quis entender os porquês. A gente passa por muita situação diferente a todo momento e  é dificil estudar todos os aspectos do jogo (…) Parece que quanto mais estudamos mais temos coisas pra estudar”.

NINETALES, O FUTURO

A ‘perfeição’ pode não ser um destino real, mas é uma ideia. Longe de estar onde quer, o campeão do MSA Punta e do Irish Poker sabe que tem muito a caminhar, mas já tem em mente a direção dos próximos passos.

Nesta semana, foi anunciada a participação de Pablo no NINETALES, projeto liderado por alguns dos maiores talentos do poker online nacional que tem como objetivo elevar ainda mais o patamar da modalidade no Brasil.

Se antes, Pablo, Cassio e Bruno eram três compartilhando bankroll e conhecimento, agora a parceria vai envolver nove jogadores de elite; além deles, fazem parte do projeto Rodrigo Seiji, Rodrigo Selouan, Gustavo Mastelotto, Yuri Martins, Headão (Victor Bergara) e Pedro Garagnani.

“Esse projeto surgiu porque tínhamos esse grupo de amigos próximos e queríamos trabalhar juntos, mas sempre rolava algum impedimento”, diz Pablo. “A ideia é compartilhar estudos e informações sobre o jogo”.

“É uma abordagem meio complexa, mas eu sempre quis entender os porquês. Estou longe de estar onde eu queria estar tecnicamente, tenho muito trabalho a ser feito”.

Pablo Brito, sobre os desafios do estudo do poker.

“ESTOU LONGE DE ONDE QUERIA ESTAR”

Pablo Brito está no auge da carreira até aqui, mas ainda quer melhorar. O garoto que descobriu o jogo aos 13 anos chega aos 31 como um dos maiores destaques do poker brasileiro. Será que dá para ir além?

O caminho para evoluir de ponto onde está será difícil. Mas Pablo está acostumado. Afinal, ele veio de longe. Da pequena Ibirataia para o topo do poker brasileiro; seus 18 mil conterrâneos talvez nem saibam, mas a cidade, do Cacau e da festa de São João, já virou um pouco terra de poker… e do Mr. partypoker.

CONFIRA, ABAIXO, ENTREVISTA COMPLETA COM PABLO BRITO:

Qual a sua idade e onde você nasceu?
Nasci no interior da Bahia, em Ibirataia. Completei 31 anos no dia 10 de abril.

Qual é a sua formação fora do poker?
Fiz metade do curso de Engenharia Mecânica e metade do curso de Administração.

FORMAÇÃO DE VIDA E INÍCIO POKER

Quando (com que idade) e como você começou a jogar?
Meu primeiro contato com o poker foi quando criança. Tenho uma vaga lembrança de meu pai jogar poker com os amigos, quando eu tinha 12 ou 13 anos; depois desse dia, chamei uns amigos para ir lá em casa brincar com as fichas e baralho, mas não sabia nenhuma regra, nem para onde corria o baralho (risos).

Depois disso, fui ter contato com o poker no colégio, com 16, 17 anos e passei a jogar com amigos em home-games, mas nada sério. Quando eu tinha uns 19 anos, um tio que sabia que eu adorava jogos de computador, me apresentou ao poker online e foi como essa história começou.

Quais acontecimentos e pessoas foram determinantes para que esteja onde está hoje?
Em 2010, tranquei o curso de administração quando recebi um convite para fazer parte do time principal do 4bet. Na época, eles estavam montando a segunda turma do projeto chamado Poker Villa, que seria em Florianópolis. Esse projeto me fez mergulhar de vez nesse mundo.

Saí do 4bet em 2012 e fiz parte de outro projeto de staking, o Vamo Duque. Fiz parte desse projeto como jogador até 2016 e depois como sócio, até o início desse ano.

Em 2016 aconteceu um dos marcos da minha carreira que foi quando eu me juntei ao Cassio Kiles e Bruno Volkmann para formar um pool e jogar torneios com buy-ins maiores, com o intuito de aumentar o volume e reduzir a variância do jogo. Passamos a estudar juntos e compartilhar estratégias e isso tudo deu muito certo para nós e começamos a ter muitos resultados nos meses/anos seguintes.

Neste ano, você conquistou dois dos melhores resultados do poker nacional. Tecnicamente falando, independentemente dos resultados, quais aspectos do seu jogo evoluíram no último ano?
Sobre meus resultados, Eu tive muita sorte nesses eventos, tudo dava certo nas horas importantes, ganhei os ali-Ins que tinha que ganhar para não cair do torneio, então não é só mérito meu.

Mas eu acho que de forma geral a gente vai se tornando um jogador melhor a medida que vamos passando mais vezes pelas situações, vai acumulando experiência, sabe?

Quais características – técnica ou mental – do seu jogo fazem com que você se destaque?
Tecnicamente eu sempre fui um cara que tenta estudar o micro do jogo. Nos meus estudos eu tento destrinchar ranges e penso muito nos porquês de cada coisa. É uma abordagem meio complexa mas eu sempre quis entender os porquês. Estou longe de estar aonde eu queria estar tecnicamente, tenho muito trabalho a ser feito.

Falando nos detalhes do jogo, quais aspectos do jogo são mais desafiadores em sua rotina de estudos?
Eu acho que o mundo inteiro tem muito a evoluir em torneios. Torneios são muito complexos. A gente passa por muita situação diferente a todo momento e  é dificil estudar todos os aspectos do jogo. Parece que quanto mais estudamos mais temos coisas pra estudar. Por exemplo, você pega um spot do BB para estudar. Aí você estuda o range de check-raise do BB vs o BTN , só que você tá vendo o range de check raise do BB vs o BTN nessa faixa de stack. Mas você também deveria ver o range de checkraise do BB vs o CO, vs o HJ, vs LJ, vs MP, vs EP. E para faixas de stacks diferentes. E deveria ver tambem com ICM, e com estruturas de payouts diferentes. Parece meio infinito as possibilidades, sabe?

PROJETO NINETALES

Nesta semana, foi anunciada a criação do Ninetales, um grupo reunindo elite do poker brasileiro. Qual é o objetivo e a ideia por trás da criação do time e de quem foi a ideia de criar o grupo?
Esse projeto surgiu porque tínhamos esse grupo de amigos próximos e queríamos trabalhar juntos, mas sempre rolava algum impedimento. A ideia é compartilhar estudos e informações sobre o jogo. O projeto começou com o Cassio (Kiles), Bruno, (Rodrigo) Seiji, (Rodrigo) Selouan, Gustavo (Mastelotto), Yuri (Martins), Headão (Victor Bergara) e Pedro (Garagnani).

JOGO, TREINAMENTO, ROTINA E CARREIRA

Quais características – técnica ou mental – do seu jogo fazem com que você se destaque?
Acho que um dos meus pontos fortes é ter paciência e auto controle. É difícil eu tiltar jogando. Eu consigo me manter tomando boas decisões por um longo período. Numa sessão eu busco ser racional sobre as decisões e fazer o melhor que eu consigo. Se não gosto de alguma decisão que tomei tento trabalhar ela no futuro para tentar ser melhor da próxima vez. Tirar a emoção do jogo foi uma das coisas que eu incorporei, chega até ser chato assistir eu jogar.

Como funciona sua rotina de treinamento? Quais hábitos são fundamentais para uma carreira vitoriosa?
Entre hábitos fundamentais que eu incorporei, ao longo desses anos, alguns são: se alimentar bem, praticar algum exercício, fazer as coisas que você curte. Todas essas coisas que fazem bem. Já pirei mais nessas coisas, mas acho que só ter uma vida equilibrada e não ir para explosão muitas vezes é o ideal.

MR. PARTPOKER

Que impacto os eventos do partypoker – tanto ao vivo quanto online – vem tendo na rotina dos profissionais?
Os torneios que o partypoker está promovendo estão sendo sensacionais. O Irish ME online foi muito legal de jogar, deveriam fazer mais vezes esse evento.

Do ponto de vista técnico, qual vitória foi mais desafiadora: em Punta del Este ou no Irish Open?
Acho que o MSA em Punta foi mais desafiador porque eu tive q lidar com algumas coisas que não estava acostumado. Uma mesa final pagando 1M para o primeiro lugar, mesa da TV, câmeras, e minha trajetória foi bem conturbada até a mesa final.

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